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Preço do leite no Ceará pode subir 25%

Publicado em: 23/03/2025

Preço do leite no Ceará pode subir 25%
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Preço do leite no Ceará pode subir 25% pós-estiagem, pressionando inflação e consumo
Alerta econômico: Fim das chuvas ameaça reajuste de R$ 0,55 por litro, retrocedendo ganhos recentes para produtores e consumidores.


O Ceará enfrenta um cenário delicado no setor de lácteos: o preço do leite, atualmente repassado por produtores a R2,25olitro∗∗,podesofreraltade∗∗25 2,80, segundo projeção do Sindicato da Indústria de Lacticínios (Sindlaticínios). O aumento, que reflete a dependência do ciclo de chuvas para a pecuária local, ameaça reverter a queda de R$ 0,25 conquistada nos últimos meses — benefício impulsionado pelas pastagens revitalizadas.


Por que a estiagem é uma ameaça?




  • Cadeia vulnerável: A produção diária de 1,2 milhão de litros (processados por empresas certificadas) depende diretamente da disponibilidade de pasto, que encarece com a seca.




  • Custo histórico: Em 2024, o litro chegou a R$ 3,10 durante a estiagem prolongada, pressionando famílias de baixa renda, onde o leite responde por 12% do gasto mensal com alimentação (IBGE/2025).




  • Efeito dominó: O reajuste impacta derivados como queijo e iogurte, setor que emprega 18 mil pessoas no estado.




Um alívio temporário com data marcada


As chuvas de 2025 permitiram redução de custos aos produtores, mas a melhora é frágil. José Antunes, presidente do Sindlaticínios, reforça: "Sem políticas de estoque regulador ou incentivo à silagem, voltaremos ao patamar crítico de 2024. O grande produtor sente, mas o pequeno é estrangulado".


Impacto social em números




  • 7,3 milhões de cearenses consomem leite diariamente (Pesquisa NutriCeará/2025).




  • 48% das famílias já reduziram o consumo do produto nos últimos dois anos devido a altas anteriores.




O que esperar?


Especialistas sugerem monitorar os próximos meses: se a estiagem se prolongar além de agosto, o preço pode superar R$ 3,00, aprofundando desigualdades. Enquanto isso, a busca por alternativas — como leite vegetal (8% mais consumido em 2025) — cresce, mas não resolve a crise para a maioria dependente do produto animal.


Neste contexto, o ciclo das chuvas não é apenas um fenômeno climático, mas um termômetro econômico e social. E, para o Ceará, a seca que se aproxima carrega mais que poeira: traz o peso de escolhas difíceis entre a mesa vazia e o orçamento estourado.

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