Publicado em: 02/04/2025
Governo pressiona partidos do Centrão por definição sobre apoio a Lula em 2026
O Planalto avalia impor um ultimato ainda neste semestre a partidos do Centrão com ministérios para que definam se apoiarão a possível reeleição de Lula em 2026. A estratégia visa evitar que siglas como PP, PSD, União Brasil e Republicanos usem cargos estratégicos para fortalecer bases políticas até 2025 e migrem para a oposição no ano eleitoral.
MDB sinaliza alinhamento, mas incerteza domina aliados
Enquanto o MEB demonstra maior disposição de manter aliança com Lula, líderes do Centrão já alertaram que o apoio atual limita-se à agenda legislativa de 2025, sem garantias para a campanha de 2026. Em janeiro, o presidente cobrou lealdade em reunião ministerial, mas a resposta das legendas foi ambígua, ampliando tensões.
Pressão por fidelidade ganha força com nova articulação
Com Gleisi Hoffmann à frente da Secretaria de Relações Institucionais, a expectativa é de exigências mais rígidas de alinhamento político. “Não dá para um ministro ficar no governo já de olho na oposição”, declarou um aliado de Lula, reforçando a urgência em selar acordos. A mudança contrasta com a gestão de Alexandre Padilha, visto como menos assertivo.
Resistência aberta de PP e PSD acende alerta
Presidentes do PP (Ciro Nogueira) e do PSD (Gilberto Kassab) já afirmaram publicamente que não há compromisso com a reeleição de Lula. O posicionamento expõe a fragilidade da base governista e aumenta riscos de desgaste, especialmente após a recente viagem de Lula à Ásia, que resultou em acordos para exportação de carne bovina – pauta sensível a aliados ruralistas.
Cenário político define 2024 como ano decisivo
O impasse coloca 2024 como período crítico para Lula consolidar ou perder apoio essencial. A indefinição ameaça não apenas a governabilidade, mas também a capacidade do Executivo de garantir reformas estruturais, como a tributária, dependente de coalizão estável. O ultimato surge como tentativa de evitar uma crise política prematura, mas revela a complexidade de governar com o Centrão.