Câmara de Fortaleza vira palco de tensão em debate sobre funcionários da extinta Fagifor - Pagenews

Câmara de Fortaleza vira palco de tensão em debate sobre funcionários da extinta Fagifor

Publicado em: 04/06/2025

Câmara de Fortaleza vira palco de tensão em debate sobre funcionários da extinta Fagifor
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Câmara de Fortaleza vira palco de tensão em debate sobre funcionários da extinta Fagifor
A Câmara Municipal de Fortaleza foi tomada por manifestações nesta quarta-feira (4), com galerias lotadas e protestos durante a discussão do projeto que transfere 2.442 funcionários da extinta Fagifor para o quadro permanente da Secretaria Municipal de Saúde. Apesar do aumento salarial prometido, a insatisfação com a carga horária de 240 horas para plantonistas mobilizou trabalhadores de unidades como Frotinhas e Hospital da Mulher, que paralisaram atividades para pressionar por mudanças.


Conflito político e protestos nas vias
A sessão extraordinária, convocada para analisar a matéria, testemunhou momentos de tensão quando vereadores alteraram o conteúdo de emendas durante a votação nas comissões. A edil Adriana Geronimo (Psol) protestou publicamente após sua proposta sobre redução de jornada ser modificada para tratar apenas de ajustes técnicos em cargos de engenharia. A insatisfação extrapolou o plenário - manifestantes chegaram a bloquear a rua Thompson Bulcão antes de retornarem ao legislativo.


Disputa entre direitos trabalhistas e restrições orçamentárias
Enquanto o relator Bruno Mesquita (PSD) defendeu a manutenção da carga horária original, alegando aumentos salariais de até R$1.100 para técnicos de enfermagem, o SindSaúde manteve a rejeição à proposta. A categoria argumenta que a jornada de 240 horas é incompatível com a realidade do trabalho em saúde. A SMS garante que não haverá redução salarial nem ampliação de jornada, mas a falta de consenso levou à recusa de uma proposta de Grupo de Trabalho para mediação.


Prazo curto e incertezas
Com o prazo legal de 120 dias para conclusão do processo - que se encerra em julho -, o impasse coloca em risco a transição ordenada dos servidores. Enquanto 1.476 funcionários devem ser enquadrados ainda em 2024, a resistência da categoria sinaliza que a votação em plenário, ainda sem data marcada, promete acirrar ainda mais os ânimos nesta disputa que mistura direitos trabalhistas, restrições fiscais e a qualidade dos serviços de saúde na capital cearense.

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