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Fortaleza lidera êxodo de alta renda entre capitais brasileiras

Publicado em: 31/05/2025

Fortaleza lidera êxodo de alta renda entre capitais brasileiras
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Fortaleza lidera êxodo de alta renda entre capitais brasileiras
Entre 2020 e 2023, Fortaleza registrou a maior redução de população das classes A e B entre todas as capitais do país, com uma queda de 203,1 mil pessoas nessa faixa de alta renda. Os dados, extraídos da Pnad Contínua do IBGE e compilados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, revelam um cenário preocupante: a classe A (renda acima de R$ 25 mil mensais) encolheu 68,1 mil indivíduos, enquanto a classe B (R$ 8 mil a R$ 25 mil) perdeu 135 mil pessoas, representando 11,8% da população local.


Crescimento da baixa renda acentua desigualdade
Enquanto a elite econômica diminui, Fortaleza viu um aumento expressivo de 262 mil pessoas nas classes D e E (renda de até R$ 4 mil), grupo que inclui beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família. Apesar do crescimento, a capital cearense não é a que tem a maior proporção de baixa renda – título que pertence a Recife, onde 62% da população vive com até três salários mínimos. O fenômeno reforça a polarização socioeconômica e levanta questões sobre a capacidade de retenção de talentos e investimentos na cidade.


Classe média estagnada em meio a contrastes nacionais
No segmento da classe C (R$ 4 mil a R$ 8 mil), Fortaleza registrou leve queda de 7 mil pessoas, enquanto São Paulo liderou o crescimento nacional com 315 mil novos integrantes. Curitiba destaca-se como a capital com maior proporção de classe média (40,9%), contrastando com os 26,6% de Fortaleza. Salvador, por sua vez, enfrentou o maior declínio nessa faixa, com redução de 110 mil pessoas. Os números sugerem um desequilíbrio regional, onde metrópoles do Sudeste consolidam vantagens econômicas enquanto Nordeste enfrenta desafios estruturais.


Cenário econômico e perspectivas futuras
O movimento migratório de alta renda – potencialmente agravado por fatores como custo de vida, segurança e oportunidades profissionais – coincide com a valorização imobiliária de até 22% em bairros nobres de Fortaleza. Especialistas alertam para um ciclo vicioso: a saída de contribuintes de maior poder aquisitivo pode reduzir a arrecadação municipal, limitando investimentos em serviços públicos essenciais. Enquanto cidades como o Rio de Janeiro atraíram 436 mil novos moradores das classes A e B no mesmo período, Fortaleza precisa repensar estratégias para frear essa fuga de capital humano e econômico.

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