Publicado em: 03/04/2025
Amazon surpreende com proposta para adquirir TikTok nos EUA em meio a tensões geopolíticas
A Amazon entrou de forma inesperada na disputa pelo TikTok nos Estados Unidos, apresentando uma proposta para comprar 100% da operação norte-americana da plataforma, conforme revelado pelo The New York Times nesta quarta-feira (3). A oferta surge horas antes do prazo final de sábado, 5 de abril, estipulado pelo governo dos EUA para resolver questões de segurança nacional envolvendo o aplicativo. A pressão reflete um cenário crítico: sem acordo, o TikTok pode ser banido do país, afetando mais de 150 milhões de usuários ativos mensais na região.
Prazo apertado e riscos de banimento iminente
O governo norte-americano, sob a gestão do ex-presidente Donald Trump, havia classificado o TikTok como uma "ameaça à segurança nacional" em 2020, alegando riscos de compartilhamento de dados com a China. Apesar das negociações em curso, a ByteDance, empresa-mãe chinesa do aplicativo, ainda não resolveu as demandas das autoridades. A extensão do prazo — que se encerra neste sábado (5) — intensifica a corrida para evitar o banimento, medida que colocaria os EUA em rota de colisão com empresas globais de tecnologia e livre mercado.
"TikTok America": plano alternativo divide opiniões
Além da proposta da Amazon, fontes citadas pelo The Information indicam que o governo avalia criar uma nova entidade, a "TikTok America", com participação majoritária de investidores norte-americanos e minoritária da ByteDance. A ideia, porém, enfrenta resistência de Pequim, que recentemente atualizou suas leis para controlar a exportação de algoritmos — tecnologia central do TikTok. Analistas apontam que a complexidade do caso mistura rivalidade tecnológica, protecionismo e temores de espionagem, em um momento de crescentes restrições a plataformas chinesas no Ocidente.
Impactos econômicos e diplomáticos em jogo
A possível aquisição pela Amazon, que já domina 40% do mercado de comércio eletrônico nos EUA, levantaria questões antitruste. Especialistas alertam que a transação poderia redesenhar o cenário digital, integrando influência social, dados de consumo e publicidade em uma única gigante. Enquanto isso, a Casa Branca mantém silêncio, mas a postura contra a ByteDance sinaliza um capítulo novo na guerra fria tecnológica entre EUA e China — hoje amplificada por embates em chips, inteligência artificial e controle de dados globais.