Fraude Digital na Educação: PF Cumpre Mandados no Rio e Mira Desvio de Verba do Crato/CE

Informações: Assessoria de Comunicação /PF

Fortaleza/CE - A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 22 de outubro, a Operação "Clean Code" no Rio de Janeiro, em uma ação que lança luz sobre a crescente ameaça de fraudes bancárias digitais e lavagem de dinheiro que impactam diretamente os cofres públicos e, de forma mais grave, a educação. O foco principal da operação recai sobre o desvio de recursos federais destinados ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) de uma unidade escolar localizada no município do Crato, no Ceará.

A engenhosa teia criminosa utilizava a invasão de dispositivos informáticos para realizar transferências fraudulentas, subtraindo valores de contas de entidades públicas através de dispositivos móveis. A sofisticação do golpe está justamente na modalidade: a apropriação de verbas federais da educação, uma área sensível e vital, por meio de ataques cibernéticos.

O Eixo Rio-Ceará do Crime

Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão na capital fluminense, mirando um investigado-chave. As apurações iniciais da PF identificaram um grupo criminoso atuando com o objetivo de lavar o dinheiro ilícito. O modus operandi envolvia a criação de um fluxo de movimentações financeiras suspeitas, utilizando contas de "laranjas" para repasses sequenciais dos valores desviados, numa tentativa de ocultar a origem criminosa do montante e dificultar o rastreamento pelas autoridades.

A escolha da Operação "Clean Code" – que em tradução livre significa "código limpo" – sugere a alta especialização técnica dos fraudadores em sistemas digitais, capaz de gerar códigos de transferência ou acesso que, à primeira vista, poderiam parecer legítimos. O contraste entre a complexidade da fraude digital e o desvio de recursos fundamentais como o PDDE – que serve para manutenção, pequenas reformas e aquisição de material didático nas escolas – ressalta a audácia e o impacto social do crime.

Os investigados estão sujeitos a responder por diversos crimes graves, incluindo lavagem de dinheiro, invasão de dispositivo informático, associação criminosa e fraude eletrônica. A operação da PF reforça a necessidade de constante vigilância sobre as transações digitais das contas públicas, especialmente aquelas destinadas a programas sociais, e mostra a articulação das forças de segurança para desmantelar esquemas que atravessam fronteiras estaduais, unindo o Ceará e o Rio de Janeiro na rota do dinheiro desviado.