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Foto: PF/CE
Fortaleza, Ceará- Uma sofisticada organização criminosa que utilizava tecnologia de ponta para fraudar contas digitais vinculadas à plataforma Gov.br foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (13). Batizada de "Face Off", a ofensiva cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão no Ceará e em outros oito estados, revelando um esquema engenhoso que causou prejuízos ainda não totalmente dimensionados.
Alvo: Contas Federais na Mira da Fraude:
- Gov.br Vulnerável? O grupo criminoso tinha como principal alvo as contas digitais do Gov.br, o sistema unificado do governo federal que dá acesso a uma vasta gama de serviços essenciais, como a declaração do Imposto de Renda (IRPF), serviços do INSS, informações do FGTS e diversos pagamentos de benefícios sociais.
- Acesso Irregular: Ao burlar a segurança dessas contas, os criminosos obtinham controle sobre os perfis das vítimas, tendo acesso irrestrito a informações pessoais sensíveis e a recursos financeiros.
A Engenharia da Fraude: "Deepfakes" Faciais em Ação:
- Técnica Avançada: A investigação da Polícia Federal revelou que a quadrilha empregava técnicas avançadas de alteração facial, semelhantes à tecnologia conhecida como "deepfake", para enganar os sistemas de autenticação biométrica do Gov.br.
- Rostos Adulterados: Os criminosos simulavam traços faciais de terceiros, criando "máscaras digitais" para se passarem pelas vítimas durante o processo de reconhecimento facial exigido pela plataforma.
- Bypass na Segurança: Essa manipulação tecnológica permitia que os fraudadores contornassem a camada de segurança biométrica, um dos pilares da proteção das contas digitais.
Operação em Escala Nacional:
- Oito Estados na Mira: Além do Ceará, a Polícia Federal deflagrou a operação "Face Off" em São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins, demonstrando a abrangência da atuação da organização criminosa.
- Mandados Cumpridos: A Justiça Federal de Brasília expediu um total de cinco mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão, visando desarticular completamente a associação criminosa e coletar mais provas do esquema.
Crimes e Consequências:
- Invasão Qualificada: Os envolvidos podem responder pelo crime de invasão de dispositivo informático qualificada, que se configura quando há o acesso não autorizado a um sistema de informática com o objetivo de obter dados ou praticar outros ilícitos.
- Associação Criminosa: A atuação organizada e estruturada do grupo também configura o crime de associação criminosa, previsto no Código Penal.
A operação "Face Off" representa um duro golpe contra o cibercrime e um alerta para a crescente sofisticação das fraudes digitais. A Polícia Federal demonstra sua capacidade de investigar e combater essas novas modalidades de crime, protegendo a segurança das informações e dos serviços oferecidos pelas plataformas digitais do governo. A investigação continua para identificar todas as vítimas e quantificar o montante total dos prejuízos causados por essa audaciosa quadrilha.