Páscoa Macabra: Tragédia em Imperatriz Leva à Morte Segunda Criança por Ovo Envenenado

A onda de horror que tomou conta de Imperatriz, no Maranhão, atinge um novo patamar de tristeza. Nesta terça-feira (22), Evelyn Fernanda Rocha Silva, de apenas 13 anos, tornou-se a segunda vítima fatal do chocante caso do ovo de Páscoa envenenado. A informação, divulgada em boletim médico, aponta para um choque vascular refratário associado a falência múltipla de órgãos como a causa do falecimento da adolescente.

A pequena Evelyn se junta ao seu irmão, Luís Fernando, de 7 anos, que perdeu a vida na quinta-feira (17) após consumir o chocolate fatal. A mãe das crianças, Mirian Lira Rocha, de 36 anos e destinatária original do presente envenenado, segue internada no Hospital Municipal de Imperatriz, onde seu quadro é considerado estável e ela se encontra consciente. A expectativa médica é que Mirian receba alta nas próximas 72 horas, em meio a essa tragédia inimaginável.

Ainda na quinta-feira, a Polícia Civil do Maranhão agiu rápido e prendeu uma mulher de 36 anos, apontada como a principal suspeita de orquestrar o envenenamento da família. A prisão ocorreu em um ônibus interurbano na cidade de Santa Inês, onde a suspeita reside. As investigações revelaram um motivo torpe: a mulher seria ex-namorada do atual companheiro de Mirian, e a motivação do crime seria "ciúme e vingança", segundo as primeiras apurações policiais.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que o inquérito policial prossegue em ritmo acelerado, e a prisão preventiva da suspeita já foi decretada. Ela deverá responder na Justiça pelos graves crimes de homicídio consumado e tentativa de homicídio. Até o momento, não foi possível obter um posicionamento da defesa da acusada.

As investigações da Polícia Civil desvendaram detalhes macabros sobre a preparação do crime. A suspeita teria se hospedado em um hotel de Imperatriz utilizando um crachá falso. No documento adulterado, constava um nome inventado e uma foto sua com um disfarce, incluindo uma peruca preta, numa tentativa de ocultar sua identidade.

Uma troca de mensagens telefônicas, crucial para a investigação, revelou que, ao realizar o cadastro no hotel, a suspeita se identificou como uma mulher trans, alegando que sua nova documentação ainda estava em processo. Para justificar a falta de um documento de identificação formal, ela teria apresentado o crachá falso, no qual constava uma atuação na área de gastronomia.

A delegada Alanna Lima, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Imperatriz, declarou à Folha no sábado (19) que essas mensagens reforçam fortemente as suspeitas que recaem sobre a presa. "Ela usou esse nome [falso] até na ficha para se hospedar no hotel. Uma forma de dificultar a identificação dela, somada às perucas e aos vários óculos que também foram apreendidos com ela", detalhou a delegada.

O contato da suspeita com o hotel ocorreu em 15 de abril, e a reserva da estadia foi confirmada no dia seguinte. Foi justamente em 16 de abril, por volta das 19h, que um mototáxi entregou o ovo de Páscoa envenenado à família. Poucas horas após o consumo do chocolate, a tragédia começou a se desenrolar com a morte do pequeno Luís Fernando, seguida agora pela perda irreparável de sua irmã Evelyn.

A Polícia Civil chegou à identidade da suspeita através de depoimentos de testemunhas e familiares das vítimas, além da análise minuciosa de imagens de câmeras de segurança do estabelecimento comercial onde o ovo de Páscoa foi adquirido em Imperatriz. No momento da prisão, foram apreendidos com a suspeita diversos itens que reforçam as evidências contra ela, incluindo restos de chocolate, medicamentos, óculos, perucas e bilhetes de passagens de ônibus. A comunidade de Imperatriz acompanha com consternação o desenrolar deste crime hediondo, clamando por justiça para as duas crianças inocentes que tiveram suas vidas tragicamente interrompidas.