Publicado em: 22/11/2025
Fortaleza, Ceará. O cenário político nacional foi sacudido por um plantão judicial que começou nas primeiras horas deste sábado. Em Brasília, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, uma medida cautelar que marca um novo capítulo em sua situação legal.
A operação se concentrou na residência de Bolsonaro, no Solar de Brasília. A prisão preventiva foi efetivada por volta das 6h da manhã deste sábado (22). O ex-presidente foi rapidamente conduzido sob custódia para a Superintendência da Polícia Federal, onde chegou às 6h35 para exames de praxe.
A ordem de prisão preventiva não está ligada à execução imediata de sua condenação final (de 27 anos por articulação golpista), mas sim a uma decisão do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), baseada em risco de fuga e obstrução da Justiça.
O Ministro Relator citou dois pontos cruciais que motivaram a mudança do regime de prisão domiciliar (que Bolsonaro vinha cumprindo desde agosto):
A ocorrência de uma violação do equipamento de monitoramento eletrônico (tornozeleira) detectada na madrugada (0h08).
A convocação pública de uma vigília de apoiadores pelo filho do ex-presidente, o Senador Flávio Bolsonaro, nas proximidades da residência, interpretada pelo STF como uma forma de causar tumulto e facilitar uma eventual tentativa de evasão.
Em uma reação rápida, a equipe de advogados de Bolsonaro protocolou junto ao STF um pedido de prisão domiciliar humanitária. O objetivo é evitar que o ex-presidente seja transferido para um presídio comum, como o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
O argumento central da defesa se apoia no quadro clínico de saúde grave e nas múltiplas comorbidades de Bolsonaro, muitas delas decorrentes da facada sofrida em 2018. Segundo os advogados, a manutenção em um ambiente prisional convencional seria "absolutamente incompatível" com a necessidade de acompanhamento médico intenso e contínuo.
Os próximos passos dependem da avaliação de Moraes sobre o pedido humanitário, com o caso já convocado para referendo na Primeira Turma do STF na próxima segunda-feira