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O prefeito de Potiretama, no Ceará, Luan Dantas Felix (PP), foi preso na quinta-feira (3) sob suspeita de ter ordenado o incêndio da fazenda de um advogado em Alto Santo, com a ajuda de uma facção criminosa. A motivação do crime seria uma disputa política.
Detalhes da investigação:
- Incêndio: O ataque à propriedade do advogado ocorreu em 28 de maio de 2024, resultando na destruição de portas, janelas, móveis e eletrodomésticos. A perícia constatou o uso de óleo diesel como acelerante.
- Ameaças: A vítima já havia registrado um boletim de ocorrência por ameaças de morte feitas pelo prefeito. O motivo seria uma suposta denúncia do advogado à Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) sobre um posto de combustível do prefeito, que estaria vendendo combustível superfaturado para a prefeitura.
- Outras vítimas: O advogado relatou que outras pessoas, incluindo uma vereadora, um ex-vereador e um parente do prefeito, também estariam sob ameaça de morte. A vereadora de Potiretama registrou um Boletim de Ocorrência contra o gestor municipal.
- Envolvimento com facção: A Polícia Civil descobriu que o incêndio foi planejado pelo prefeito com a ajuda de um cunhado e de Felipe Gomes da Silva, vulgo "Pajé", membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontam que o prefeito teria fortes ligações com a facção, que usaria para intimidar opositores.
- Comunicação: O prefeito e seus comparsas usavam telefones diferentes dos pessoais para se comunicar sobre os crimes.
- Confissão e morte: Felipe Gomes chegou a confessar a autoria do incêndio em um áudio, ligando o crime ao prefeito. Ele foi assassinado em 6 de julho de 2023.
- Prisão: Luan Dantas foi preso em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. Ele tentou fugir de carro, mas foi capturado pela polícia.
- Operação Revelatio: O prefeito também é alvo da Operação Revelatio, que investiga suposto superfaturamento de contratos na aquisição de combustíveis para a prefeitura. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na prefeitura, em um posto de combustível e nas residências dos suspeitos.
Defesa:
- A defesa do prefeito alega "insuficiência de fundamentos" para a prisão e "ilegalidades" no processo, e solicitou habeas corpus.
Investigação sobre superfaturamento:
- A Procap investiga um aumento expressivo nos gastos com combustíveis da prefeitura a partir de 2021, quando o prefeito assumiu o cargo.
- O prefeito é suspeito de ser sócio oculto de um posto de combustível que fornece o produto para a prefeitura.
- A prefeitura é acusada de fiscalização ineficiente do contrato com o posto de combustíveis.
As investigações continuam em andamento.
