Publicado em: 17/06/2025
Um grande esquema criminoso que envolve tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no interior do Ceará foi desarticulado e teve seus integrantes denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). Entre os 18 acusados, destacam-se o empresário Maurício Gomes Coelho, conhecido como "MK", o vereador por Canindé, Francisco Geovane Gonçalves, e o chefe da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), Francisco Flavio Silva Ferreira, o "Bozinho".
A denúncia, apresentada à Justiça Estadual na última segunda-feira (16) pela 2ª Promotoria de Justiça de Canindé, acusa o grupo de crimes como integração de organização criminosa, associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, conforme a participação individual de cada envolvido.
Maurício Gomes Coelho ("MK"), apontado como líder da organização, já está preso por outros crimes. Além disso, ele é investigado como possível "laranja" do prefeito eleito de Choró e cassado pela Justiça Eleitoral, Carlos Alberto Queiroz, o "Bebeto do Choró", que permanece foragido. Já o vereador Geovane Gonçalves foi afastado de suas funções públicas por 180 dias desde a deflagração da Operação Sórdida Pecúnia, em 8 de maio deste ano, que mirou o grupo.
As investigações do MPCE revelaram uma organização criminosa com estrutura hierárquica consolidada e divisão de tarefas em núcleos interdependentes. Um núcleo operacional fixo em Canindé era comandado por um empresário do ramo da construção civil e transporte escolar.
A quadrilha era dividida em quatro núcleos distintos:
A investigação do Ministério Público não apenas identificou a movimentação de grandes somas de dinheiro, mas também o elevado grau de violência da organização, além de sua articulação e influência política. O grupo é suspeito de envolvimento em tentativas de homicídio e de cooptar agentes públicos para participarem do esquema criminoso, evidenciando a perigosa teia de relações ilícitas.
Devido ao sigilo de justiça do processo, o promotor Jairo Pequeno Neto não pôde fornecer detalhes específicos. No entanto, ele afirmou que as investigações "demonstraram que os denunciados atuavam de forma estável, com divisão de tarefas e unidade de desígnios, com o propósito de ocultar e dissimular valores ilícitos provenientes do tráfico de entorpecentes, utilizando empresas de fachada ou contratantes com o poder público, sendo alguns deles, inclusive, autores ou partícipes de crimes violentos".