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Aumenta o número de jovens com complicações intestinais no País

Publicado em: 25/05/2025

Aumenta o número de jovens com complicações intestinais no País
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Aumenta o número de jovens com complicações intestinais no País
No Maio Roxo, mês de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), um alerta se torna urgente: essas condições crônicas estão afetando cada vez mais adultos jovens no país. Segundo a Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn (ABCD), mais de 10 mil novos casos são diagnosticados anualmente no Brasil – um número que segue em ascensão, especialmente entre pessoas de 20 a 40 anos. Nos Estados Unidos, onde o problema já atinge 2,3 milhões de pacientes, o cenário não é diferente.


Sintomas que vão além do intestino
As DIIs, que incluem principalmente a retocolite ulcerativa, a doença de Crohn e a colite indeterminada, causam inflamações graves no trato gastrointestinal. Os sinais mais conhecidos são dor abdominal persistente, diarreia frequente, sangramento nas fezes, perda de peso inexplicável e fadiga crônica. No entanto, sintomas menos óbvios – como aftas recorrentes, dores articulares, febre sem causa aparente e lesões cutâneas – também podem surgir, dificultando o diagnóstico e retardando o tratamento adequado.


Diagnóstico precoce é crucial, alerta especialista
Reinaldo Cordeiro, professor de Farmácia da Faculdade Anhanguera, reforça a importância de reconhecer os sinais precocemente: "Dor abdominal prolongada, especialmente quando acompanhada de alterações intestinais por mais de duas semanas ou sangue nas fezes, não deve ser negligenciada. Muitos atribuem esses sintomas ao estresse, mas eles podem indicar condições graves que exigem intervenção imediata". O atraso no diagnóstico pode agravar danos irreversíveis ao intestino e comprometer a qualidade de vida.


Tratamento multidisciplinar e desafios
Embora não tenham cura, as DIIs podem ser controladas com medicamentos específicos (como imunossupressores e terapias biológicas), ajustes nutricionais e, em casos mais severos, cirurgias. O grande obstáculo, segundo Cordeiro, é a confusão com doenças menos graves, como síndrome do intestino irritável. "Exames especializados e acompanhamento com gastroenterologistas são essenciais para evitar complicações", explica.


Impacto físico e psicossocial: uma crise silenciosa
Além dos sintomas debilitantes, as DIIs prejudicam estudos, carreiras e relacionamentos. "Pacientes enfrentam constrangimentos por visitas frequentes ao banheiro, dores incapacitantes e restrições alimentares rigorosas, o que muitas vezes leva ao isolamento", destaca o professor. A falta de discussão aberta sobre o tema perpetua estigmas, tornando vital a criação de redes de apoio e políticas de inclusão. Enquanto os casos aumentam entre jovens, a conscientização e o acesso a tratamentos adequados se mostram não como opção, mas como necessidade urgente para preservar vidas e dignidade.

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