Crescimento Histórico Preocupa Analistas Diante de Cenário Econômico Desafiador - Pagenews

Crescimento Histórico Preocupa Analistas Diante de Cenário Econômico Desafiador

Publicado em: 05/06/2025

Crescimento Histórico Preocupa Analistas Diante de Cenário Econômico Desafiador
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Crescimento Histórico Preocupa Analistas Diante de Cenário Econômico Desafiador


O setor turístico brasileiro alcançou R$ 55,4 bilhões de faturamento no primeiro trimestre de 2025, superando em 5,8% o mesmo período de 2024 e batendo o recorde histórico anterior de 2014 (R$ 52,5 bilhões). Embora os números demonstrem robustez aparente, especialistas alertam que o crescimento sustentado em meio à alta dos juros e pressões inflacionárias pode indicar uma vulnerabilidade do setor a mudanças bruscas no cenário macroeconômico. Em março, o faturamento atingiu R$ 18 bilhões, crescimento de 6,6% sobre março de 2024, configurando o melhor resultado para o mês desde 2012, segundo dados da FecomercioSP baseados em estatísticas do IBGE.


Padrão de Consumo Revela Dependência do Emprego Formal A análise da FecomercioSP destaca que o turismo, diferentemente de outros setores, depende fundamentalmente do planejamento financeiro familiar, já que não se trata de consumo essencial contínuo. O crescimento atual está diretamente vinculado ao aumento do emprego formal no país, criando uma correlação que pode representar tanto oportunidade quanto risco. A entidade observa que trabalhadores com carteira assinada têm direcionado recursos para viagens e férias programadas, sustentando o aquecimento do setor mesmo diante do aperto monetário.


Disparidades Regionais Evidenciam Concentração de Riscos O desempenho regional apresenta contrastes significativos que merecem atenção. A Bahia liderou o crescimento em março com expansão de 20,4%, impulsionada pelo período carnavalesco, seguida pelo Rio de Janeiro (16,8%) e Ceará (13,9%). São Paulo, apesar de representar o maior volume absoluto com R$ 4,5 bilhões, registrou crescimento mais modesto de 4,8%. Por outro lado, estados como Mato Grosso (-9,7%), Roraima (-7,1%) e Rio Grande do Sul (-6,3%) apresentaram quedas, evidenciando que o crescimento não é homogêneo e que alguns mercados regionais já mostram sinais de pressão, possivelmente relacionados a fatores econômicos locais ou sazonalidade específica.

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