Publicado em: 25/05/2025
BMW entra em batalha judicial contra BYD por uso do nome "Mini" no Brasil
A fabricante alemã BMW moveu uma ação judicial contra a chinesa BYD exigindo a mudança do nome Dolphin Mini, modelo elétrico mais vendido no Brasil em 2024. O motivo é a suposta violação da marca Mini, pertencente ao Grupo BMW desde 1994. O processo, em tramitação na 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, acusa a BYD de concorrência desleal e de induzir consumidores a associarem os veículos à icônica marca britânica.
Risco de confusão no mercado brasileiro
A BMW argumenta que o uso do termo "Mini" no nome do Dolphin Mini – lançado no Brasil em março – pode criar uma ligação indevida entre as marcas, aproveitando-se do prestígio construído pela linha Mini Cooper. A empresa alega que o registro da marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) garante exclusividade, e que a similaridade fere direitos de propriedade intelectual.
Impacto no sucesso da BYD no país
O Dolphin Mini lidera as vendas de elétricos no Brasil, com mais de 1.200 unidades comercializadas em três meses, segundo a Fenabrave. A possível mudança de nome representa um risco estratégico para a BYD, que investiu pesado no marketing do modelo como uma opção acessível (preço inicial: R$ 119,8 mil). A marca chinesa, que planeja uma fábrica em Camaçari (BA), ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Precedentes e cenário global de disputas
Não é a primeira vez que a BMW recorre à justiça por questões de marca. Em 2023, a empresa processou a Sony por usar "Mini" em um carro virtual do jogo Gran Turismo 7. No Brasil, a disputa ocorre em um momento sensível: o governo federal busca acelerar a eletrificação da frota, e a BYD é peça-chave nessa transição. Especialistas alertam que, se a BMW vencer, outras montadoras poderão seguir o mesmo caminho contra concorrentes que usem termos como "Maxi" ou "Micro" em modelos elétricos.
Enquanto a Justiça não decide, consumidores e mercado acompanham se o "Mini" do Dolphin permanecerá – ou se se tornará o primeiro caso de rebatismo forçado na era dos elétricos brasileiros.