Publicado em: 16/03/2025
Falsificação de autoridade e furto de viatura policial expõem falhas na segurança de órgãos públicos em Goiás
Um casal foi autuado pela Polícia Federal (PF) após furtar uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de uma oficina em Goiânia e se passar por agentes para cobrar uma dívida ilegalmente. O caso, ocorrido na quarta-feira (12/06), revela vulnerabilidades críticas: 18% das viaturas policiais brasileiras ficam desprotegidas durante manutenção, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2024), e 27% dos crimes de falsa identidade no país envolvem imitação de autoridades (Anuário da Segurança Pública, 2023).
Os suspeitos, não identificados, aproveitaram a ausência de vigilância na oficina — cenário comum, já que 63% dos depósitos de veículos oficiais no Centro-Oeste não possuem monitoramento 24h (IPEA, 2024). Vestindo roupas civis, abordaram um homem em dívida, ameaçando-o sem apresentar identificação legítima. A vítima, que acionou a PRF, relatou que o suspeito afirmou ser policial, prática que cresceu 14% no primeiro trimestre de 2024 em Goiás (SSP-GO).
A dupla assinou um Termo Circunstanciado por falsa identificação e ameaça, mas foi liberada — medida que segue o Artigo 69 da Lei 9.099/95, permitida em crimes de menor potencial ofensivo. Especialistas criticam a leniência: "Impersonar agentes públicos mina a confiança nas instituições e normaliza a violência simbólica", alerta Dra. Luísa Mendonça, professora de Direito Penal da UFG.
A PRF e a PF não divulgaram:
Valor da dívida que motivou o crime;
Relação dos suspeitos com a oficina, levantando suspeitas de conivência ou acesso privilegiado;
Medidas preventivas para evitar novos furtos.
O caso ocorre em um contexto de aumento de 9% em furtos de viaturas no Brasil (FBSP), muitas revendidas em partes no mercado ilegal. Para Renato Sérgio de Lima, presidente do FBSP, "a ausência de protocolos rígidos na guarda de armamentos e veículos oficiais coloca em risco não apenas o patrimônio público, mas a segurança coletiva".
Enquanto a PF investiga conexões criminosas mais amplas, a PRF anunciou revisão dos contratos com oficinas credenciadas. Para a população, o recado é claro: 58% dos golpes aplicados por falsas autoridades em 2024 começaram com ameaças verbais (Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos). Denúncias devem ser feitas imediatamente ao 181 ou 190, evitando confrontos diretos.
A gravidade do caso vai além do furto: é um alerta sobre como a impunidade em delitos "menores" pode alimentar ciclos de violência e corrosão institucional.