Publicado em: 24/03/2025
Uma iniciativa inovadora desenvolvida no Ceará promete revolucionar o atendimento médico de pacientes alérgicos. Um dispositivo em forma de pulseira ou colar que emite alertas sonoros, luminosos e de texto sobre as alergias do paciente para os profissionais de saúde.
A tecnologia, que funciona por aproximação a outro dispositivo com tela, está em fase de desenvolvimento e busca evitar erros em rotinas hospitalares exigentes. O projeto recebeu R$ 1,4 milhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para possível aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS).
Impacto significativo na saúde pública
A iniciativa é de grande relevância, considerando que cerca de 30% dos brasileiros possuem algum tipo de alergia, segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Em ambiente hospitalar, aproximadamente 16% desses pacientes apresentam complicações alérgicas, das quais 84% poderiam ser evitadas.
O AlertAlergo visa oferecer uma alternativa mais segura e eficaz aos métodos atuais de identificação de alergias, como laudos e carteiras de papel, que podem ser perdidos ou danificados. A proposta inclui ainda a criação de um botão "minhas alergias" na plataforma Meu SUS Digital, garantindo a privacidade das informações dos pacientes.
Tecnologia cearense em desenvolvimento
O dispositivo, que está sendo desenvolvido com o apoio da CriarCE Hard, aceleradora pública de hardware da Secitece, consiste em uma pulseira ou colar com chip, resistente à água e com bateria de longa duração. Ao ser aproximado do dispositivo leitor, o AlertAlergo emite alertas visuais, sonoros e vibratórios, informando a equipe médica sobre as alergias do paciente em tempo real.
O projeto conta com a participação de pesquisadores de diversas instituições, como o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a Escola de Saúde Pública (ESP/CE) e a Universidade Federal do Ceará (UFC).
Desafios e perspectivas
A implementação do AlertAlergo no SUS enfrenta desafios, como a necessidade de adequação aos fluxos hospitalares e a importação de alguns componentes eletrônicos. No entanto, a tecnologia promete trazer inúmeros benefícios, como a redução de erros médicos, a melhoria na gestão de informações de saúde e o aumento da segurança dos pacientes.
A expectativa é que o dispositivo seja homologado pela Anvisa ainda este ano, para que possa ser testado em seres humanos e, posteriormente, industrializado para uso em hospitais públicos de todo o país.