Publicado em: 25/03/2025
Centenas de turistas são vítimas de estelionato em cruzeiro musical em Santos; prejuízos ultrapassam R$ 1 milhão
Santos, 24 de junho de 2024
Um caso de estelionato envolvendo um cruzeiro musical em Santos (SP) expôs a vulnerabilidade de turistas e a complexidade de fraudes no setor de viagens. Na quinta (20) e sexta-feira (21), dezenas de passageiros foram impedidos de embarcar no navio Costa Pacifica, da companhia italiana Costa Cruzeiros, após adquirirem pacotes de até R11mil∗∗paraumeventocomatrac\co~escomoPauloRicardo,SandraSaˊeJonSecada.APolıˊciaCivildeSa~oPauloinvestigaumsuspeitode40anosporvendairregulardepassagens,easperdasfinanceirasjaˊsuperam∗∗R 1 milhão, segundo relatos das vítimas.
Os números da crise:
Cerca de 100 passageiros não embarcaram por falta de documentação válida, conforme a Costa Cruzeiros;
Pacotes custaram entre R8mileR 11 mil, valores acima da média de cruzeiros nacionais;
O caso ocorre em um momento em que fraudes turísticas no Brasil cresceram 15% em 2023, segundo a FecomercioSP.
A viagem, organizada pela empresa brasileira On Board Entretenimento — que se mantém em silêncio —, prometia três dias de shows no trajeto Santos-Angra dos Reis. Em vídeos nas redes, turistas relataram horas de espera, desamparo e desconfiança. "Enganaram a gente. Pagamos uma fortuna e ficamos largados na calçada até as 4h da manhã", desabafou Telma Guadagnini, uma das afetadas. Wallace Sampaio, outra vítima, resumiu: "O sonho virou um pesadelo".
A investigação:
O caso foi registrado como estelionato na 5ª Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur). O suspeito, já interrogado, teria vendido pacotes sem autorização da fretadora. A SSP-SP afirmou que "diligências seguem para esclarecer a rede envolvida". Enquanto isso, a Costa Cruzeiros reiterou que o evento era de responsabilidade da On Board, evidenciando falhas na fiscalização de parceiros comerciais.
Alerta para consumidores:
Especialistas em direito do turismo lembram que casos como esse destacam a importância de:
Verificar a regularidade da agência no Cadastur (cadastro do Ministério do Turismo);
Exigir contrato detalhado com cláusulas de cancelamento;
Evitar pagamentos integralmente antecipados ou fora de plataformas seguras.
O incidente em Santos reflete um desafio nacional: em 2023, o Procon-SP recebeu 1.200 queixas relacionadas a fraudes em viagens, com prejuízos médios de R$ 5 mil por vítima. Para as famílias afetadas, porém, o dano vai além do financeiro. "É a desilusão de ver a confiança quebrar", lamentou Sônia Gonçalves, que aguarda justiça.
Enquanto a polícia busca responsáveis, o caso serve como um alerta sobre os riscos em transações turísticas não regulamentadas — especialmente em eventos de grande apelo emocional, como cruzeiros temáticos. A esperança agora é que a investigação recupere parte dos recursos perdidos e iniba novos golpes em um setor vital para a economia brasileira.