Estudo aponta riscos de câncer por inalação de vapor de gasolina

São Paulo, SP- Um estudo da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), publicado na revista The Lancet Oncology, revelou que a inalação do vapor de gasolina automotiva pode causar câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda em adultos.

Riscos e exposição:

• A exposição a esses vapores afeta principalmente trabalhadores envolvidos na produção, transporte e reabastecimento de combustíveis, como frentistas de postos de gasolina.


• Além dos riscos de câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda, a pesquisa indica possíveis ligações com outros tipos de câncer, como linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo, e cânceres de estômago e rim em adultos, além de leucemia linfoblástica aguda em crianças.


• A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos e aditivos químicos, incluindo cinco compostos considerados tóxicos e cancerígenos: benzeno, cumeno, xileno, tolueno e etilbenzeno.

Medidas de proteção:

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda medidas para minimizar a exposição aos vapores de gasolina:

• Limitar o abastecimento automático dos veículos, evitando o enchimento excessivo.


• Evitar inalar os vapores, não cheirando a tampa do veículo.


• Trocar imediatamente uniformes molhados de combustível.


• Realizar exames médicos periódicos para monitorar a saúde dos trabalhadores.


• Utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras.

Recomendações para empresas:

• Instalar sistemas de recuperação de vapores nas bombas de combustível.


• Cumprir a legislação de segurança e saúde ocupacional.


• Realizar manutenção periódica das bombas de abastecimento.


• Implementar dispositivos de proteção contra respingos.


• Utilizar leitores eletrônicos nos tanques subterrâneos.


• Fornecer equipamentos de proteção e higienização para os trabalhadores.


• Oferecer cursos de capacitação sobre riscos e normas de segurança.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foram contactadas para verificar a possibilidade de atualização de normas de segurança, mas ainda não responderam.