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INSS elimina idade mínima em meio a crise previdenciária: Entenda tudo aqui

Publicado em: 28/03/2025

INSS elimina idade mínima em meio a crise previdenciária: Entenda tudo aqui
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INSS elimina idade mínima em meio a crise previdenciária: entenda o impacto em 2025
A partir de 2025, o fim da idade mínima fixa para aposentadoria no Brasil marca uma revolução nas regras do INSS, impulsionada pela Emenda Constitucional 103/2019. A mudança ocorre em um contexto crítico: o país tem 37 milhões de idosos (14% da população) e um déficit previdenciário de R$ 330 bilhões em 2024, segundo o Tesouro Nacional. O novo sistema prioriza a combinação de idade e tempo de contribuição, pressionando trabalhadores a prolongarem a vida laboral em um mercado onde 45% dos empregos formais pagam até 1,5 salário mínimo.


Regra de pontos: o novo desafio para aposentadoria
Mulheres precisarão acumular 92 pontos (idade + tempo de contribuição) e homens, 102 pontos – um aumento de 14% frente às regras anteriores. Com expectativa de vida subindo para 77,3 anos (IBGE, 2024), o modelo expõe uma realidade dura: profissionais de baixa renda, que representam 58% dos contribuintes, terão dificuldade para alcançar a pontuação sem trabalhar além dos 60 anos. O tempo mínimo de contribuição segue 30 anos (mulheres) e 35 (homens), mas especialistas alertam que apenas 32% dos brasileiros completam 25 anos de contribuição ininterrupta.


Idade progressiva: uma corrida contra o tempo
A idade mínima sobe para 59 anos (mulheres) e 64 (homens), com reajuste semestral – uma faca de dois gumes. Se por um lado ajusta o sistema à realidade demográfica, por outro penaliza categorias de risco, como construção civil (18% dos acidentes de trabalho em 2023). Dados do Dieese revelam que 41% dos trabalhadores acima de 55 anos já enfrentam limitações físicas no emprego, questionando a viabilidade da regra.


Professores: regras "flexíveis" mascarando desgaste precoce
A categoria terá redução de 5 pontos na regra de aposentadoria (87 para mulheres, 97 para homens) e idade mínima de 54/59 anos. Porém, um estudo da CNTE (2024) mostra que 63% dos docentes desenvolvem problemas vocais ou osteomusculares antes dos 50 anos. As "vantagens" mascaram uma realidade: a carreira, que já perdeu 380 mil profissionais por estresse entre 2020-2023, continua sem proteção efetiva contra o desgaste acelerado.


Regras de transição: armadilha para desprevenidos
As regras de pedágio (100% ou 50% do tempo faltante em 2019) permanecem como opção, mas esbarram na burocracia: 72% dos segurados não conseguem comprovar todo o histórico contributivo, segundo o IBDP. Para quem tem 50 anos ou mais, a adaptação às novas regras exigirá planejamento financeiro urgente – 78% dos brasileiros não possuem reserva para complementar a renda previdenciária, de acordo com a Anbima. A reforma, embora necessária, chega como um alerta: envelhecer no Brasil exigirá mais do que contribuições – exigirá resiliência.

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