Marinha e FAB conduzem operação com míssil de 24 toneladas no Ceará

Marinha e FAB conduzem operação estratégica com míssil nacional de 24 toneladas no Ceará 
Treinamento conjunto com França em área isolada de Fortaleza reforça capacitação defensiva e projeta tecnologia bélica brasileira.  

Em uma operação de alto impacto logístico e simbólico, a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB) transportaram, na última sexta-feira (21), o Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP) — artefato de 24 toneladas e produção 100% nacional — do Rio de Janeiro para Fortaleza. O exercício, integrado à Operação "Jeanne d'Arc 2025"em parceria com a Marinha Nacional da França, ocorre até 2 de abril em zona isolada próxima à capital cearense, destacando não apenas avanços tecnológicos, mas também a gravidade de preparações militares em um cenário global instável.  

Um marco para a defesa nacional  
Projetado para neutralizar alvos navais a mais de 70 quilômetros de distância, o MANSUP representa um salto na autonomia bélica do Brasil. Seu deslocamento até o Ceará exigiu coordenação precisa: a aeronave KC-390 Millennium da FAB, um dos aviões de transporte mais modernos da atualidade, carregou o míssil junto à viatura ASTROS, do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais. O treinamento inclui simulações de lançamento, testando respostas rápidas a ameaças marítimas em colaboração com as forças francesas — relação que fortalece laços estratégicos entre os países.  

Por que esse movimento importa?  
Soberania tecnológica: O MANSUP é fruto de investimentos do Programa de Desenvolvimento de Sistemas de Armas (PROSUB), reduzindo dependência de equipamentos estrangeiros.  
Contexto geopolítico: A proximidade do Ceará com o Oceano Atlântico ressalta a importância do estado como ponto-chave para defesa costeira, especialmente em um momento de tensões em rotas marítimas globais.  
Segurança controlada: A escolha de uma área isolada para os testes garante minimização de riscos à população, alinhando preparo militar a protocolos de segurança pública.  

Entre colaboração e alerta  
A operação evidencia a modernização das Forças Armadas brasileiras, mas também serve como lembrete de que capacitações defensivas são respostas a riscos reais. Enquanto o governo celebra a produção nacional de mísseis — um avanço frente a gargalos históricos —, especialistas reforçam a necessidade de transparência sobre os custos e objetivos estratégicos de iniciativas como a "Jeanne d'Arc", que envolve tropas estrangeiras em solo nacional.  

Para o Ceará, estado com histórico de participação em exercícios de defesa, a ação consolida seu papel como hub logístico militar, mas demanda diálogo claro sobre impactos ambientais e sociais em regiões de treinamento. O equilíbrio entre soberania, tecnologia e responsabilidade segue como desafio — e teste — para as instituições envolvidas.