Publicado em: 31/03/2025
Morte de Wenderson reacende debates sobre sistema prisional
Wenderson Rodrigues de Souza, fisiculturista condenado pelo feminicídio de Carla Gobbi Fabrete, de 25 anos, morreu no domingo (30) no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha (ES). De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), detentos relataram que ele passou mal na cela, foi socorrido pela equipe penitenciária e levado à Unidade de Saúde do Sistema Prisional, mas chegou sem vida. A causa da morte ainda não foi divulgada, e a Sejus afirma que os procedimentos legais, incluindo perícia e comunicação às autoridades, estão em andamento. O caso ocorre em meio a discussões recorrentes sobre condições carcerárias no Brasil, onde mortes em prisões aumentaram 32% entre 2019 e 2023, segundo o Infopen.
Feminicídio expõe padrões de violência
Wenderson, de 30 anos, foi preso em flagrante após esfaquear Carla no pescoço em uma loja de Vila Velha, em março deste ano. O crime, classificado como feminicídio, chocou pelo caráter aleatório: a delegada Raffaella Aguiar, responsável pelo caso, destacou que o assassino não tinha relação com a vítima e agiu por "menosprezo à figura feminina". A pena foi agravada devido à presença da filha de dois anos de Carla durante o ataque e pela impossibilidade de defesa da jovem, que morreu no hospital após 24 horas de agonia. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que o Espírito Santo registrou aumento de 18% nos casos de feminicídio em 2023, refletindo uma crise nacional que vitimou 1.463 mulheres no mesmo ano.
Crime chocante e legado de dor
As câmeras de segurança da loja capturaram Wenderson interagindo com Carla minutos antes de levá-la aos fundos do estabelecimento para cometer o crime. Natural de São Gabriel da Palha (ES), a vendedora deixou um marido e uma filha pequena, hoje órfã de mãe. O caso gerou comoção pública e reacendeu cobranças por políticas eficazes de combate à violência de gênero. Enquanto a Justiça investiga as circunstâncias da morte de Wenderson, familiares e ativistas questionam se o sistema prisional cumpre seu papel de proteger a sociedade e ressocializar presos. Para especialistas, episódios como este reforçam a necessidade de investimentos em prevenção, acolhimento a vítimas e revisão de falhas estruturais no cárcere, evitando que tragédias se repitam.