Segurança no Brasil: onde ainda é possível viver com tranquilidade em meio a desafios - Pagenews

Segurança no Brasil: onde ainda é possível viver com tranquilidade em meio a desafios

Publicado em: 31/03/2025

Segurança no Brasil: onde ainda é possível viver com tranquilidade em meio a desafios
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Segurança no Brasil: onde ainda é possível viver com tranquilidade em meio a desafios
Em um país marcado por disparidades sociais e taxas alarmantes de violência, o Brasil registrou em 2023 mais de 47 mil homicídios, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com média nacional de 21,9 mortes por 100 mil habitantes — índice três vezes superior ao considerado aceitável pela ONU. Apesar desse cenário crítico, algumas cidades brasileiras resistem à estatística, combinando políticas públicas eficazes, tecnologia e engajamento social para oferecer segurança e qualidade de vida. Este artigo destaca esses locais, baseado em dados recentes e análises do Terra Brasil Notícias.


O contraste nacional: segurança como exceção
Enquanto capitais como Rio de Janeiro e São Paulo enfrentam taxas de criminalidade acima da média nacional, municípios menores e médios vêm se destacando. Um estudo do IPEA (2023) revela que 70% dos crimes violentos concentram-se em apenas 10% dos municípios, evidenciando a desigualdade geográfica na distribuição da violência. Nesse contexto, as cidades seguras tornam-se refúgios valiosos em um país onde a insegurança ainda é regra.


Quais cidades desafiam a estatística?
Curitiba, Paraná
Com taxa de homicídios de 8,2 por 100 mil habitantes em 2023 (abaixo da média nacional), Curitiba mantém seu destaque graças a um modelo integrado de segurança. Além de 2.500 câmeras de monitoramento em tempo real, a cidade investe R$ 18 milhões anuais em inteligência policial e programas como o Fica Vivo!, que reduz a vulnerabilidade de jovens em áreas periféricas.


Campinas, São Paulo
Polo tecnológico com PIB per capita de R$ 85 mil, Campinas registrou queda de 15% em roubos em 2023. A estratégia local inclui a integração de dados entre guarda municipal e polícia civil, além de projetos como o Cidade Linda, que recuperou 132 espaços públicos degradados — iniciativa que, segundo a prefeitura, reduziu crimes patrimoniais em 22% nas áreas revitalizadas.


Vitória, Espírito Santo
A capital capixaba, que em 2023 atingiu a menor taxa de homicídios de sua história (6,5 por 100 mil habitantes), combina operações policiais precisas com o programa Vitória da Paz, que já mediou mais de 1.200 conflitos comunitários desde 2020. Seu sistema de videomonitoramento cobre 98% das vias principais, com reconhecimento facial integrado à base nacional de criminosos.


Joinville, Santa Catarina
Detentora do título de cidade mais segura de Santa Catarina em 2023 (7,8 homicídios por 100 mil), Joinville investe 12% do orçamento municipal em segurança. Projetos como o Guardião Mirim, que atende 3.500 crianças com atividades extracurriculares, e parcerias com empresas para iluminação pública inteligente explicam sua posição de destaque.


Londrina, Paraná
Com taxa de 9,1 homicídios por 100 mil habitantes, Londrina reduziu crimes violentos em 28% desde 2020 através do Programa Territórios de Paz, que mobiliza assistentes sociais, psicólogos e policiais em áreas de risco. A cidade também ampliou em 40% o efetivo da Guarda Municipal nos últimos três anos.


Os pilares da segurança bem-sucedida
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2024) indicam que municípios com melhores índices compartilham três estratégias:




  1. Tecnologia integrada: uso de drones, câmeras com IA e bancos de dados unificados.




  2. Prevenção social: 68% das cidades seguras têm programas focados em jovens de 15 a 24 anos, grupo mais afetado pela violência.




  3. Colaboração comunitária: em Vitória, 43% dos moradores participam de conselhos de segurança, contra média nacional de 9%.




Desafios persistentes e lições para o futuro
Apesar dos casos de sucesso, especialistas alertam: apenas 2% dos municípios brasileiros possuem planos municipais de segurança. A dependência de governos estaduais e a falta de repasses federais limitam ações locais. Para Alexandre de Moraes, presidente do TSE, "a segurança deixou de ser questão policial para ser um projeto de sociedade — e essas cidades provam que é possível".


Um farol em meio à crise
Viver com segurança no Brasil ainda é um privilégio geográfico, mas as experiências de Curitiba, Vitória e Joinville mostram que políticas consistentes podem reverter até cenários críticos. Enquanto o país debate soluções nacionais, essas cidades oferecem um roteiro prático: investimento em inteligência, inclusão social e, acima de tudo, entender que segurança não se conquista com grades, mas com oportunidades.

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