Alerta Vermelho no Cocó: Poluição Extrema Causa Anemia em Peixes e Ameaça a Vida no Principal Rio de Fortaleza! - Pagenews

Alerta Vermelho no Cocó: Poluição Extrema Causa Anemia em Peixes e Ameaça a Vida no Principal Rio de Fortaleza!

Publicado em: 27/04/2025

Alerta Vermelho no Cocó: Poluição Extrema Causa Anemia em Peixes e Ameaça a Vida no Principal Rio de Fortaleza!
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Fortaleza, Ceará – O coração hídrico de Fortaleza, o rio Cocó, clama por socorro! Uma pesquisa alarmante do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) revela um cenário devastador, a intensa poluição que assola suas águas está literalmente adoecendo a vida aquática.


O estudo constatou que aproximadamente 75% dos peixes analisados de quatro espécies diferentes apresentam um quadro de anemia preocupante.


A anemia, embora possa ter outras origens, como a presença de parasitas, tem na alta concentração de poluentes orgânicos o principal vilão, segundo os pesquisadores do Labomar. Esse quadro clínico nos peixes não é apenas um sinal de sofrimento individual; ele acende um alerta para todo o ecossistema. A anemia compromete o metabolismo e a capacidade reprodutiva dos peixes, o que, em efeito cascata, pode levar à diminuição populacional e à perda da rica biodiversidade que o rio Cocó abriga.


A jornada do rio Cocó começa na Serra de Pacatuba, na região metropolitana, serpenteando por mais de 50 quilômetros através de Maracanaú e Itaitinga antes de desaguar no oceano Atlântico, na paradisíaca Praia da Sabiaguaba, em Fortaleza. Ao longo desse percurso, o rio serve de habitat para uma variedade impressionante de crustáceos, peixes, moluscos e aves, todos agora sob a crescente ameaça da contaminação.


O organismo dos peixes, intrinsecamente ligado à qualidade da água em que vivem, reflete a toxicidade do seu lar. O sangue, responsável pelo transporte de substâncias vitais, carrega consigo a prova da poluição. A detecção de níveis elevados de poluentes no sangue dos peixes é um indicativo direto da degradação do ambiente aquático.


Os vilões identificados nas águas do Cocó são os poluentes orgânicos persistentes, substâncias com uma longa durabilidade tanto na natureza quanto no organismo dos seres vivos que os absorvem. Entre os mais comuns, destacam-se os pesticidas, herbicidas e inseticidas, utilizados em atividades que vão desde a jardinagem e a agricultura até a saúde animal, encontrando seu caminho para o rio.


Um dos principais fatores que contribuem para o volume alarmante de poluentes despejados no Cocó é a deficiência no sistema de esgotamento sanitário nos municípios por onde ele passa. Em Fortaleza, embora a rede de esgoto alcance cerca de 70% da população, os índices são bem mais preocupantes em Itaitinga (48%) e Maracanaú (52%), conforme dados do IBGE. Mesmo na nascente, em Pacatuba, apenas 61% da população tem acesso à rede de esgoto.


O professor Rivelino Cavalcante, um dos líderes da pesquisa do Labomar, explica de forma clara o problema: "O lixo, ele é repleto de substâncias sintéticas, porque esses produtos para atender as nossas necessidades são feitos de produtos de substâncias sintéticas. Então, se isso vai parar no rio, está lá isso disponível para os peixes".


O cenário no rio Cocó é um grito silencioso da natureza, um pedido urgente por atenção e ação. A saúde dos peixes anêmicos é um espelho da saúde de todo o ecossistema, e a contaminação persistente ameaça não apenas a biodiversidade local, mas também a qualidade de vida das comunidades que dependem desse importante curso d'água. A urgência em melhorar o saneamento básico e em controlar o descarte de poluentes nunca foi tão evidente. O futuro do rio Cocó e da vida que ele sustenta está em nossas mãos.


Qual a sua reação diante dessa triste realidade do nosso rio Cocó? Compartilhe suas ideias sobre como podemos reverter essa situação!

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