Apostas ilegais: facções criminosas usam jogos de azar para lavar dinheiro no Ceará

A recente investigação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco-CE) revelou um cenário preocupante: a intensa disputa entre quatro facções criminosas pelo controle do lucrativo mercado de apostas no estado. As organizações criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), Guardiões do Estado (GDE) e Massa Carcerária estão envolvidas em uma batalha territorial para lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas, como tráfico de drogas e roubos.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) adicionou novas acusações à denúncia contra três suspeitos de integrarem a organização criminosa, incluindo um policial militar. As novas evidências, obtidas através da análise de conversas telefônicas apreendidas com autorização judicial, apontam para a participação do subtenente da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Francisco Julienio Lima Vasconcelos, e do casal Cintia Chaves Gonçalves e Renato Ramos, que estão entre os 22 presos na Operação Primma Migratio, deflagrada em abril de 2024.

As investigações da Ficco apontam para a ligação do policial militar com o PCC e com a Loteria Fort, empresa utilizada para lavar dinheiro de familiares de Marcos Willians Herbas Camacho, o 'Marcola', líder máximo da facção paulista. O MPCE alega que o policial desempenhava um papel fundamental no núcleo logístico da organização criminosa, sendo responsável pela segurança, coleta e transporte de bens ilícitos.

O conflito entre as facções criminosas pelo domínio do mercado de apostas no Ceará tem gerado preocupação entre as autoridades e a população local. A disputa pelo controle desse mercado ilícito tem impulsionado a violência e o crime organizado no estado, exigindo uma resposta firme das forças de segurança para combater essa atividade criminosa.