Publicado em: 22/09/2025
A tão esperada usina de dessalinização de Fortaleza, um projeto que promete ser um sopro de alívio para a segurança hídrica da capital, acaba de superar mais um obstáculo burocrático, mas a expectativa de ver as obras começarem ainda em 2025 segue pendurada em fios. A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) concedeu a Licença de Instalação, um passo crucial que, no entanto, não é o último. Agora, a bola está com a Prefeitura de Fortaleza, que precisa emitir o alvará de construção para que as máquinas possam, finalmente, começar a trabalhar na Praia do Futuro.
A promessa original era de que o equipamento estaria em pleno funcionamento em 2023. Já se passaram dois anos desde o prazo inicial, e a espera continua. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) aposta que, com a licença ambiental em mãos, o alvará municipal será o próximo e derradeiro passo para dar a partida nas obras.
A aprovação da Semace veio acompanhada de um conjunto robusto de 65 condicionantes. A maioria já era esperada pela Cagece, que terá que cumprir essas exigências ao longo do processo de construção. Entre os requisitos estão um Plano Básico Ambiental detalhado, que prevê medidas para mitigar e compensar impactos, e o gerenciamento rigoroso de resíduos de construção. Além disso, a empresa terá a responsabilidade de garantir a proteção permanente da fauna e flora marinhas, um ponto sensível e crucial em um projeto à beira-mar.
Enquanto a prefeitura analisa o pedido de alvará, outra pendência se soma ao cronograma. A Cagece segue negociando a cessão do terreno da União onde a usina será instalada. O processo está em andamento na Superintendência de Patrimônio da União (SPU), que terá um papel fundamental na liberação da passagem de dutos na faixa de areia e do uso do espelho d'água, elementos essenciais para a operação da futura dessalinizadora. Uma vez que todas as autorizações estejam nas mãos da Cagece, a previsão é de que as obras levem cerca de dois anos para serem concluídas.
O projeto, que já enfrenta um atraso considerável, segue em um compasso de espera, com o futuro da água de Fortaleza dependendo da agilidade de órgãos públicos e da superação de trâmites burocráticos. A corrida contra o tempo continua, e a população espera que a água doce prometida não se perca no mar de documentos e prazos.