Hamas aceita proposta de cessar-fogo, mas impasse persiste

Hamas aceita proposta de cessar-fogo, mas impasse persiste
O Hamas concordou com um plano egípcio para libertar cinco reféns, incluindo o jovem americano-israelense Edan Alexander, em troca de uma trégua em Gaza. A proposta, mediada pelo Egito e alinhada a esboços anteriores dos EUA, prevê a retomada de ajuda humanitária e negociações para uma segunda fase de paz. Ainda assim, o acordo está longe de ser fechado: Israel já apresentou uma contraproposta, segundo comunicado do gabinete de Netanyahu.

Os termos da proposta e a resposta israelense
A fase inicial do cessar-fogo exigiria a libertação imediata dos reféns e a entrada de alimentos e medicamentos em Gaza, onde 2,2 milhões de pessoas enfrentam fome crônica, segundo a ONU. Israel, porém, condiciona avanços à libertação total dos 24 reféns vivos restantes. Desde 7 de outubro, 1.200 israelenses foram mortos e 240 sequestrados pelo Hamas, enquanto Gaza contabiliza mais de 34 mil mortos, conforme dados oficiais.

A crise humanitária se aprofunda em Gaza
A retomada dos bombardeios por Israel neste mês agravou a situação: apenas 30% da ajuda necessária entrou no enclave em abril, de acordo com a UNRWA. O bloqueio total de combustível e medicamentos ameaça colapsar hospitais, onde 12 mil feridos aguardam tratamento. “Cada hora de atraso custa vidas”, alertou Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, em pronunciamento nesta terça (30).

O que esperar dos próximos dias?
A contraproposta israelense mantém o cerco militar em Gaza, enquanto o Hamas exige retirada parcial de tropas. Mediadores egípcios e qataris tentam evitar o colapso das negociações, mas a desconfiança é mútua. Enquanto isso, famílias de reféns pressionam Netanyahu: “Não aceitaremos meias medidas”, declarou Rachel Goldberg, mãe de Hersh, sequestrado há 207 dias. Com a escalada na fronteira com o Líbano e protestos em Tel Aviv, a região permanece à beira de um abismo.