Publicado em: 15/04/2025
Uma violenta tempestade de poeira varreu o sul do Iraque nesta segunda-feira (14), transformando o dia em cenário de baixa visibilidade e caos. A densa nuvem de poeira obrigou os aeroportos de Najaf e Basra a suspenderem temporariamente todos os voos, conforme informações das autoridades aeroportuárias locais.
O impacto da tempestade na saúde da população foi alarmante. Na província meridional de Mouthana, hospitais registraram um fluxo intenso de pacientes, com o diretor das autoridades sanitárias, Mazen el-Egeili, reportando o tratamento de "mais de 700 casos de asfixia" à imprensa.
A situação se repetiu na vizinha província de Najaf, onde as autoridades sanitárias locais informaram que mais de 250 pessoas buscaram atendimento médico com queixas de problemas respiratórios semelhantes.
Ainda no sul do país, a tempestade de poeira castigou outras províncias. Em Diwaniya, cerca de 322 pessoas de todas as idades sofreram com dificuldades respiratórias, enquanto Dhi Qar registrou 174 casos e a região de Basra contabilizou 361 pacientes com os mesmos sintomas. As autoridades sanitárias apontam para um número preocupante de quase 4 mil pessoas hospitalizadas em todo o Iraque em decorrência da forte tempestade.
De acordo com os serviços meteorológicos, citados pela agência estatal INA, a tempestade foi causada por "ventos de superfície vindos do leste da Arábia Saudita e do sudoeste do Iraque, reduzindo a visibilidade para menos de um quilômetro".
Apesar de uma relativa diminuição em 2023 e 2024, as tempestades de areia têm se intensificado e tornado mais frequentes nos últimos anos no Iraque, um país classificado pela ONU como um dos cinco mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas e da desertificação.
Para tentar mitigar os impactos desse fenômeno recorrente, as autoridades iraquianas mencionam a necessidade de "criação de florestas que sirvam de quebra-ventos". A ONU estima que a desertificação afeta alarmantes 39% da área total do país.
As autoridades de saúde alertam que os mais suscetíveis aos efeitos dessas tempestades são indivíduos com doenças respiratórias crônicas, como asma, e idosos com insuficiência cardíaca, reforçando a urgência de medidas preventivas e de assistência à população vulnerável.