Publicado em: 08/08/2025
Foto: Reprodução You Tube
Juazeiro do Norte, Ceará- Um evento católico realizado em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, gerou forte reação e revolta nas redes sociais e na comunidade LGBTQIAP+. Durante a celebração, uma oração lida por uma assistente do padre causou polêmica ao comparar "homossexualismo e lesbianismo" a doenças como câncer, depressão e dependência química. A oração, ocorrida na última terça-feira (5) durante o evento Cerco de Jericó, reacendeu o debate sobre preconceito e o uso de terminologia pejorativa.
O trecho da oração, que pedia a Jesus para "quebrar todas as muralhas de doenças", mencionou o "homossexualismo e lesbianismo" na mesma lista que graves enfermidades. A escolha dos termos, com o sufixo "-ismo", é considerada ofensiva e cientificamente incorreta. Historicamente, esse sufixo foi usado para classificar a homossexualidade como um distúrbio mental, uma visão que a ciência e a Organização Mundial da Saúde (OMS) há muito tempo refutaram. A OMS retirou a homossexualidade de sua lista de doenças em 17 de maio de 1990, um marco histórico na luta contra o preconceito.
O episódio foi rapidamente repudiado por diversas organizações, incluindo o Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da População LGBT do Crato e o CTrans. A manifestação pública de repúdio destaca a gravidade da situação, especialmente em um contexto religioso, onde as palavras têm um peso significativo e podem influenciar a percepção de féis sobre questões sociais importantes. A repercussão do caso sublinha a necessidade de se combater a desinformação e o preconceito, reforçando o entendimento de que a orientação sexual não é uma doença, mas uma parte natural da identidade humana.