Prefeitura de Fortaleza retoma viaduto da Via Expressa neste Sábado

Prefeitura de Fortaleza retira barracos e desocupa viaduto da Via Expressa
A Prefeitura de Fortaleza realizou neste sábado, 29, a desocupação do viaduto da Via Expressa, no bairro Papicu, após identificar riscos críticos à segurança de moradores em situação de rua e à integridade estrutural do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A ação, que interditou 21 barracos irregulares, contou com a colaboração de múltiplos órgãos municipais e priorizou abordagens humanizadas para evitar conflitos.

Contexto e riscos da ocupação irregular
A ocupação no viaduto, que abrigava 21 moradias precárias, representava ameaças duplas: além de expor famílias a condições insalubres e vulnerabilidade social, comprometia a estabilidade do VLT, sistema essencial para o transporte público da capital. A Defesa Civil de Fortaleza destacou que a intervenção foi necessária para evitar possíveis desastres, como desabamentos ou acidentes relacionados à infraestrutura urbana.

Abordagem humanizada e assistência social
Um mês antes da ação, equipes municipais iniciaram diálogos com os moradores, oferecendo serviços de assistência social e saúde. Durante a desocupação, o programa Consultório na Rua, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), prestou atendimento médico, psicológico e social in loco. Segundo a Prefeitura, não houve resistência devido à sensibilização prévia. “Eles compreenderam a seriedade do trabalho e que as opções oferecidas visam seu bem-estar”, afirmou Guilherme Magalhães, superintendente da Agefis.

Futuras intervenções urbanas
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito Evando Leitão (PT) reforçou o compromisso com uma cidade “melhor ordenada”. Guilherme Magalhães adiantou que a região da Via Expressa passará por intervenções urbanísticas, e outros pontos críticos de ocupação irregular em Fortaleza também serão alvo de ações semelhantes.

Órgãos envolvidos na operação
A iniciativa mobilizou equipes da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Saúde (SMS), Habitafor, Sesec, Agefis, Defesa Civil, Guarda Municipal, Procuradoria Geral do Município, AMC, URBFor e Corpo de Bombeiros. A integração entre fiscalização e assistência evidenciou o desafio contínuo de equilibrar ordenamento urbano e proteção social em uma metrópole que registra mais de 3.500 pessoas em situação de rua, segundo dados de 2023.

A desocupação reforça a complexidade do tema: enquanto avança na modernização da infraestrutura, Fortaleza precisa garantir que políticas públicas não marginalizem ainda mais populações vulneráveis. Ações como o Consultório na Rua indicam esforços, mas especialistas alertam para a urgência de soluções habitacionais permanentes.