Publicado em: 10/03/2025
Imagine uma rota histórica que conecta comunidades e impulsiona o desenvolvimento do Ceará. Atualmente, o estado é atravessado por 11 rodovias federais, conforme dados do DNIT, e duas dessas vias – a BR-116/CE e a BR-222/CE – estão prestes a receber uma transformação que remete a uma era de modernização e crescimento. Essas obras de duplicação, que beneficiarão quatro municípios cearenses, prometem melhorar não apenas a logística, mas também a qualidade de vida dos cearenses.
Há histórias de estradas que, por décadas, foram palco de longas jornadas e desafios. Agora, com os projetos em fase de elaboração, as duplicações sinalizam o início de um novo capítulo. Por exemplo, o trecho da BR-222/CE, que vai do km 35 ao km 77, cortará Caucaia – no entroncamento com a CE-155 –, São Gonçalo do Amarante e São Luís do Curu, trazendo a promessa de reduzir acidentes e acelerar o fluxo de pessoas e mercadorias. Já na BR-116/CE, o trecho entre Pacajus e Chorozinho (km 54 ao km 75) ganhará uma segunda pista, relembrando o espírito de inovação que sempre impulsionou o Ceará.
Mas a transformação não para por aí. O DNIT também prevê a licitação para duplicações adicionais em trechos estratégicos das rodovias BR-116 e BR-020. Entre o distrito de Timbaúbas dos Marinheiros e o entroncamento com a BR-304, municípios como Cascavel, Beberibe, Ocara, Morada Nova e Russas poderão sentir os efeitos positivos dessa melhoria. Já a duplicação na BR-020, que conecta a Região Metropolitana de Fortaleza ao município de Caridade, promete beneficiar Caucaia, Maranguape e Caridade, aliviando gargalos e facilitando a mobilidade diária.
O professor Lauro Chaves Neto, da Uece e PHD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, conta que essa modernização das rodovias é muito mais do que construir pistas paralelas. Segundo ele, "a logística é a espinha dorsal da competitividade regional". Ele relembra que, historicamente, investimentos em infraestrutura foram determinantes para o crescimento de polos como o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a Zona Norte, o Sertão Central, o Baixo Jaguaribe, o Centro-Sul e o Cariri. As duplicações – que incluem a ampliação da BR-116 entre Pacajus e Boqueirão do Cesário, a expansão da BR-222 até Sobral e a duplicação da BR-020 – são vistas como motores que poderão acelerar esse processo, conectando produtores, fornecedores e consumidores de forma mais eficiente.
No entanto, Lauro também ressalta a importância de diversificar os modais de transporte. Ele recorda que, enquanto a duplicação rodoviária abre caminho para a mobilidade, é fundamental incentivar o transporte ferroviário e aprimorar o modal aéreo. Recentemente, a Infraero demonstrou desinteresse em administrar dez terminais aeroportuários no Ceará – entre eles Aracati, Jericoacoara, Sobral, e outros –, e até a Azul suspendeu algumas linhas que conectavam municípios como Juazeiro do Norte a Fortaleza e Recife. Esse cenário reforça a necessidade de um estudo detalhado de demanda e fluxo, para que os investimentos se concentrem onde terão maior impacto.
Além de modernizar as estradas, essas obras trazem à tona histórias de superação e o sonho de um Ceará mais conectado. Durante anos, moradores de pequenas cidades contaram com estradas estreitas e congestionadas, que dificultavam o acesso a serviços essenciais e limitavam o comércio local. Agora, a perspectiva de duplicar pistas remete à lembrança de tempos de mudança, quando cada nova obra era celebrada como um avanço rumo a um futuro mais próspero.
Em resumo, a duplicação de rodovias – que consiste na construção de uma segunda pista paralela à existente – não só melhora a segurança e a fluidez do trânsito, mas também reaviva a esperança e a competitividade regional. Confira as rodovias federais que cortam o Ceará: BR-020, BR-116, BR-122, BR-222, BR-226, BR-230, BR-304, BR-402, BR-403, BR-404 e BR-437. Cada uma delas carrega histórias, desafios e o potencial de transformar o cenário socioeconômico do estado, trazendo benefícios para milhares de cearenses.